CERVANTES, Miguel de. Dom Quixote. Rio de janeiro: Ediouro, 2005. 186p.
Personagens:
Dom Quixote de La Mancha – nome adotado por um ingênuo senhor rural. Representa o lado espiritual, sublime e nobre da natureza humana.
Sancho Panza – camponês ignorante e muito leal tomado como escudeiro por dom Quixote. Representa o lado materialista, rude e animal do ser humano.
Ambos, Dom Quixote e Sancho Panza representam a dualidade do ser, voltado para o céu e preso a terra.
Dulcinea Del Toposo – jovem camponesa objeto da devoção do ideal cavalheiresco do nobre sonhador.
Rocinante – cavalo decrépito usado por Dom Quixote em suas andanças.
A história mostra um ingênuo senhor rural cujo passatempo favorito era a leitura de livros de cavalaria. Na sua obsessão, acreditava literalmente nas aventuras descritas e decide tornar-se um cavaleiro andante.
Suas viagens sucederam-se sob a alucinação de que estava vivendo na era da cavalaria; pessoas que encontrava nas estradas pareciam-lhe como cavaleiros em armas, damas em apuros gigantes e monstros; até moinhos de vento na sua imaginação eram seres vivos.
Combatendo as injustiças o personagem enfrenta situações penosas e ridículas, mantendo, porém uma figura nobre e patética.
Ao final da segunda parte Dom Quixote volta à razão, renuncia aos romances de cavalaria e morre como piedoso cristão.
Trechos da obra:
“A batalha dos moinhos de vento”:
Em suas andanças dom Quixote encontra moinhos de vento que na sua alucinação são tomados por cavaleiros em armas, por gigantes que ameaçam sua adorada Dulcinea. Sancho alerta Dom Quixote para o engano.
Dom Quixote aproximou-se dos moinhos e com pensamento em sua adorada Dulcinea Del Toboso, a qual dedicava suas façanhas, arremeteu de lança em riste contra o primeiro moinho. O vento ficou mais forte e lançou o cavaleiro para longe. Sancho socorreu-o e reafirmou que eram apenas moinhos. Dom Quixote respondeu que era Frestão quem tinha transformado os gigantes em moinhos.
A batalha contra o “exército de ovelhas”
Neste capítulo, é relatado uma das aventuras de Dom Quixote, o encontro com dois rebanhos de ovelhas. O cavaleiro, com todo o seu sonho, criou paisagens, personagens que não existiam, atribuindo-lhes armas, coroas, escudos que na verdade não existiam.
Foi então que o “herói” avançou em direção ao rebanho e, como sempre foi surrado pelos pastores e pelas próprias ovelhas.
Sancho Panza conquista suas ilhas prometidas
Desacreditado em receber sua ilha, Sancho Panza ganhou-a com muito orgulho. Pelo fato de acreditar e acompanhar um cavaleiro tinha muito prestígio na sociedade.
Sancho Panza resolveu vários problemas durante seu curto encontro com o poder, mas a população, que estava apenas fazendo uma brincadeira com o escudeiro, afetou os sentimentos do “governador”, fazendo-o abdicar do cargo e voltar a sua vida antiga.
Causas do surgimento de Dom Quixote
Perda da riqueza – Dom Quixote era um fidalgo, filho de pais ricos. No entanto, durante sua vida, ele vai perdendo sua riqueza, pagando dívidas e comprando livros. Por isso, mergulha na literatura em busca da solução desta dificuldade, até demais.
Mudança em sua vida – além de perder sua riqueza, Dom Quixote a nosso ver, começa a agir como um cavaleiro em busca de uma mudança, uma nova vida. Ele já tinha uma idade relativamente avançada e vivia muito só. Por isso deixa-se levar por imaginação e passa a viver num mundo ilusório, fantasioso.
Conseqüências da “loucura” de Dom Quixote
Lesão às pessoas – ao agir como Dom Quixote, o cavaleiro não distinguia as pessoas com quem encontrava, prejudicando algumas e, conseqüentemente, auxiliando outras, física e financeiramente.
Perda da história – quando os amigos de Dom Quixote descobrem a causa de sua “insanidade”, decidem por acabar de vez com ela, queimando todas as suas novelas de cavalaria.
Por outro lado, ao agir desta forma, a sociedade comprova seu poder, eliminando algo que possa causar mais problemas futuros, que possa incomodá-la.
Sobre o autor: Nascido em Alcalá de Henares, Espanha, em 1547, Miguel de Cervantes Saavedra passou a infância em Valladolid. Após estudar em Madri e Sevilla, ingressou na carreira militar aos 24 anos e combateu em Lepanto, ocasião em que perdeu os movimentos da mão esquerda. Em 1575, foi aprisionado por corsários e levado a Argel, onde ficou em cativeiro por cinco anos.
De volta a Madri, casou-se com Catalina de Salazar, em 1584. Publicou Numancia e A Galatéia. Sem sucesso com sua produção literária, passou por dificuldades financeiras até ser nomeado inspetor de impostos de Filipe III.
Somente em 1605 escreveu sua grande obra-prima: Dom Quixote. Consagrado como precursor do romance moderno, ao introduzir ironia e humor em suas histórias, Cervantes pôde enfim dedicar-se exclusivamente à literatura.
Sua produção posterior – Novelas exemplares, Viagem ao Parnaso, Oito comédias e oito intermédias – não obteve tanta repercussão quanto Dom Quixote. Faleceu em Madri, em abril de 1616.
Olá!
ResponderExcluirEhhh! Desafio de janeiro superado! Nunca li esse livro, já comecei mas abandonei! Quem sabe um dia eu pegue ele novamente!
Bjinhos
Psiu!
Silêncio Que Eu To Lendo!