15 de maio de 2012

Desafio Literário 2012 - Agosto

Olá meus queridos amigos e amigas, tudo bem com vocês? Quando fiz minha lista de livros  para participar do Desafio Literário desse ano me propus a ler dois livros com cada tema proposto. Esse mês, por exemplo, já postei a resenha do primeiro livro escolhido - 1822, de Larentino Gomes. E eis aqui a resenha do segundo livro que escolhi para o tema Fatos Históricos - Agosto, de Rubem Fonseca.
Misturando realidade com ficção, Rubem Fonseca descreve em detalhes os últimos dias de Getúlio Vargas como Presidente da República, até o derradeiro dia, 24 de agosto de 1954. Conta a história do comissário Alberto Mattos, (mais um policial que eu gamei), Alice e Salete, suas namoradas.
Confesso que tenho um pé atrás com livros que são adaptados para a televisão como foi o caso de Agosto, porque eles enfeitam muito, daí você acaba não sabendo quando é realidade ou ficção naquilo que eles estão mostrando. Em 1993 a Rede Globo fez adaptação do livro para contar a história de Getúlio Vargas. Nos papéis princpais estavam José Mayer (Alberto Mattos), Vera Fischer (Alice) e Letícia Sabatella (Salete).


Tema: Fatos Históricos
Mês: Maio
Título: Agosto
Autor do livro: Rubem Fonseca
Editora: Companhia das Letras
Nº de páginas: 350

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi...
Na capa não achei nada demais, não...
O livro é sobre...
A História política do Brasil e os dias que antecedem o suicídio de Getúlio Vargas.

Eu escolhi esse livro porque...
Era um dos livros que já estava na minha lista só faltava um motivo para por em prática. E o DL resolveu essa questão. Não me arrependi.
A leitura foi...
De fácil compreensão, muitas surpresas pelo caminho, como já era de se supor, por conter muitos detalhes da História política do país.
O personagem que eu gostaria de conhecer é o comissário de polícia Alberto Mattos (que homem, My God!). Por quê? Íntegro, não se deixava corromper, em suma, era tudo de bom. É como dizem: não se fazem mais homens como antigamente mesmo.
O trecho do livro que merece destaque:
“Os policiais saíram e Mattos ficou pensando no que faria um sujeito ser da polícia. No seu caso fora simplesmente a incapacidade de arranjar um emprego melhor. Depois de três anos advogando para criminosos pobres, sem ganhar dinheiro para pagar o aluguel do escritório, sem dinheiro para casar, surgira aquela oportunidade de trabalhar vinte e quatro horas e ter setenta e duas horas de folga, tempo que ele pretendia usar estudando as matérias do concurso para juiz. Um empreguinho garantido e digno. Dentro de mais um ano ele teria os cinco anos de formado exigidos para o concurso. Mas Alice não tivera paciência de esperar.” – pág. 209

“Moralmente somos obrigados a sacrificar a própria vida, se necessário, para cumprir o nosso dever, que é impedir que se cometam crimes. Não é verdade? Por que não podemos, também para cumprir o nosso dever, matar um bandido para impedi-lo de cometer um crime? (Pádua)
Vou responder de maneira simples à sua pergunta simplória. Porque a lei não nos dá esse direito. E a lei é feita para todos, principalmente para pessoas que têm alguma forma de poder, como nós. Um policial pode morrer no exercício do seu dever, mas não pode desobedecer a lei”. (Mattos) – pág. 289
“Benjamim retirou-se e Getúlio voltou a deitar-se. Pensou no discurso de Capanema na Câmara, defendendo-o dos ataques injustos que lhe faziam. Lembrava-se do que dissera o seu líder parlamentar: ele, Getúlio Vargas, presidente da República, não podia abandonar seu posto, não podia ir saindo, por medo, por vaidade ou por comodismo. Ele tinha que ficar em face das exigências das forças políticas majoritárias que o apoiavam. Mais ainda, ele tinha o dever para com o seu nome. O nome do presidente era um nome sagrado. O presidente era como um rei, como um príncipe. Ele governava em nome do monarca do mundo, como dizia Bossuet. E esse monarca do mundo estabelecia que o nome do presidente tinha qualquer coisa de sagrado. Quem exercia a Presidência da República tinha o dever, e não apenas o direito, de defender o seu nome, porque esse nome não era apenas o de Getúlio Vargas, era o nome do presidente da República. O presidente da República tinha de estar à altura da dignidade que se  inscrevia na sua função, no seu cargo, no seu poder. Ele tinha o dever de defender o seu nome, e, na defesa do seu nome, ele não podia renunciar, porque essa renúncia seria uma complacência com a suspeita”. – pág. 324   

A nota que eu dou para o livro:
4 – Gostei bastante

Sobre o autor: Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, José Rubem Fonseca é formado em Direito tendo exercido várias atividades antes de dedicar-se inteiramente à literatura. Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira na polícia, como comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de trabalho estão imortalizados nos seus livros. Aluno brilhante da Escola de Polícia, não demonstrava, então, pendores literários. Ficou pouco tempo nas ruas. Foi, na maior parte do tempo em que trabalhou até ser exonerado em 06 de fevereiro de 1958, um policial de gabinete. Cuidava do serviço de relações públicas da polícia.

Um comentário:

  1. Hmmm...agora sim, taí um livro tudo a ver com a temática do DL. Beijocas!

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