5 de maio de 2014

Cem Anos de Solidão - Gabriel Garcia Márquez

Reconhecida como a melhor obra de Gabriel Garcia Márquez, Cem Anos de Solidão conta a história da fictícia cidade colombiana de Macondo e da ascensão e queda de seus fundadores, a família Buendia. Contada por meio de instigantes entrelaçamentos temporais, os personagens herdam os nomes uns dos outros e o estado de espírito da família, criando padrões que se repetem. De intrépído e carismático fundador de uma cidade, o poderoso José Arcadio Buendia se transforma num louco. Macondo enfrenta pragas de insônia, guerras e chuva. Mistérios surgem do nada. Essa saga encantadoramente colorida também funciona como uma metáfora política e social - às vezes surreal demais para ser plausível e às vezes mais real do que qualquer realismo convencional.
Obra característica do chamado realismo mágico, a estrutura do livro incorpora algo de estranho, fantástico e inacreditável. Talvez o maior exemplo sociopolítico seja o suposto massacre, pelo Exército, de milhares de trabalhadores em greve, cujos corpos parecem ter sido colocados em trens de carga antes de serem jogados no mar. Em meio à cortina de fumaça da versão oficial, o massacre se torna um pesadelo perdido na névoa da lei marcial. A história verdadeira dos desaparecidos assume uma realidade mais estranha do que a ficção tradicional e exige que a verdade seja contada pela literatura. Embora o romance possa ser lido como uma história alternativa e extraoficial, a narrativa também traz, em primeiro plano, sensualidade, amor, intimidade e vários tipos de privações. Imagine a graça e o mistério de As mil e uma noites e Dom Quixote contados por um narrador capaz de se metamorfosear de Hardy em Kafka, e vice-versa, em um mesmo parágrafo. Garcia Márquez pode ter gerado imitações baratas cujas invenções hábeis apenas nos cansam, mas esse romance é um estranho e comovente relato da solidão.

Sobre o autor:

Gabriel Garcia Márquez nasceu no dia 06 de março de 1927 em Aracata, na Colômbia. Foi criado por seus avós que marcaram para sempre a sua ficção com suas lendas e superstições. Márquez começou como jornalista, em 1955, a história em capítulos de um marinheiro náufrago dobrou a circulação do jornal oposicionista El Espectador. Suas ideias esquerdistas se consolidaram depois de um massacre de estudantes por tropas governamentais. Em 1959 Fidel o nomeou chefe da Prensa Latina de Bogotá, posto a que renunciou em 1961. Depois de quatro anos na Cidade do México como jornalista e roteirista, começou a escrever Cem anos de solidão, publicado em 1967 com imediato sucesso e imensa aclamação. O escritor ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.
Gabriel Garcia Márquez faleceu em 17 de abril de 2014, em decorrência de uma pneumonia e infecção respiratória.

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