17 de outubro de 2018

Reynaldino Sharffenberg de Quadros - Biografia

Reynaldino Antônio Scharffenberg de Quadros era filho de Antônio Manuel de Quadros e de dona Maria Elisa Scharfferberg de Quadros. Nasceu em São José dos Pinhais, em 21 de janeiro de 1878. Depois de cursar os preparatórios em Curitiba, matriculou-se na Escola Militar do Rio de Janeiro, mudando-se posteriormente para o Rio Grande do Sul. Devido ao seu espírito rebelde, concluiu o curso depois de algumas interrupções. Tomou parte nas rebeliões ocorridas depois da Proclamação da República. Patrono da cadeira número 38 da Academia Paranaense de Letras, foi até pouco tempo um dos poetas brasileiros mais discutidos, não pela beleza dos seus versos, mas apenas por ter servido de tema à polêmica em torno do poema Os 18 do Forte, sua obra mais conhecida. Houve quem lhe contestasse a autoria, finalmente esclarecida em seu favor pelos depoimentos de figuras insuspeitas do porte de Manuel Bandeira e Olegário Mariano. A confusão em torno dessa paternidade derivou do fato de ter sido o poema publicado, sem assinatura, no Correio da Manhã, do Rio, em 1922. Afora esse poema épico, que retrata de forma dramática a epopeia do Forte de Copacabana, merecem especial relevo os sonetos e outros poemas que compôs, reveladores de talento criativo incomum, conforme a opinião de Colombo de Sousa e Felício Raitani Neto, em Letras Paranaenses, antologia publicada em 1970. Embora tivesse lançado seu primeiro livro Canções Natais, com poemas líricos e românticos frutos de amor da adolescência, o sonho maior que o embalava apontava para a caserna, pois desejava seguir a carreira das armas. Conseguiu, com muito esforço da família chegar à Escola Militar, no Rio de Janeiro. Desiludido, depois de experimentar rosas e espinhos, dela se desligou. Tinha alma de soldado, mas coração de poeta. "Ele nasceu poeta por decreto do céu", repetindo o que disse de Victor Hugo o inimitável Renan, na apropriada citação de Durval Borges. Os livros foram sempre seus melhores amigos, companheiros inseparáveis de todas as horas. Literatura, ciências, religião, filosofia e matemática, foram-lhe como fontes, de quanto mais devoradas, mais sede despertavam. Em grande parte do seu trabalho transparece a pujança da sua erudição. Da catástrofe de Copacabana até o dia do seu falecimento, medearam sete anos que rolaram ante seus olhos inquietos Sete anos de sofrimentos que lhe revitalizaram o espírito adentrado ao recolhimento das vigílias. Faleceu em 18 de maio de 1929 em casa de sua irmã Leontina no bairro carioca de Engenho de Dentro. Irmã que lhe fora "sombra para o seu cansaço, desvelo para suas inquietações, consolo para as suas amarguras, ânimo para os seus desalentos, bálsamo para as suas dores". 

Biblioteca Municipal Scharffenberg de Quadros em São José dos Pinhais, PR

 

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