5 de dezembro de 2018

Julia da Costa - Biografia

Julia Maria da Costa nasceu em Paranaguá em 1º de julho de 1844 e é considerada a primeira poetisa paranaense. De família ilustre, viveu boa parte de sua vida em São Francisco do Sul, no Estado de Santa Catarina. Aos 23 anos, publicava seus primeiros poemas, repassados de sonhos felizes e esperanças. Em 1871, por injunções da família, casou-se com o Comendador Francisco da Costa Pereira, homem de 56 anos, chefe político conservador, alto comerciante e pessoa muito estimada pelos conterrâneos. Os salões do Comendador se abriram então para reuniões e saraus literários, enquanto sua casa - antigo solar do último Capitão Mor de São Francisco - hospedava governadores e eminentes políticos. O encanto envolvente da poetisa e sua meiguice e tristeza, a vivacidade da inteligência invulgar, a elegância apurada dos trajes sempre brancos, sua delicada interpretação ao piano, impressionaram quantos a conheceram nesse período de vida intensa e brilhante. Desde muito jovem, colaborou em jornais e revistas do Paraná, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Usou os pseudônimos de Americana e Sonhadora. Em 1867 e 1868 publicou, em dois volumes "Flores Dispersas", poesias da juventude. Mais tarde, em 1882, veio à publicidade um terceiro volume "Bouquet de Violetas", no jornal Itiberê de Paranaguá. Do seu romance de mocidade com Benjamin Carvoliva, poeta, professor, jornalista e músico, resta uma coletânea de primorosas cartas de amor em prosa e verso. Foi um belo talento poético. Refletindo as tendências românticas  de um temperamento e de toda uma época, os seus poemas revelam sensibilidade e inspiração. Viúva desde 1892, faleceu em 12 de julho de 1911, com demência, após quase 20 anos de reclusão voluntária, motivada por desilusões e desgostos. O Centro de Letras do Paraná, em 1913, sob o título geral "Flores Dispersas" publicou uma coletânea de versos de Julia da Costa, contendo as duas séries já publicadas e mais a terceira série, composta de poesias encontradas entre os papéis da poetisa.

Obras:
- Flores Dispersas;
- Bouquet de Violetas;
- Poeta Escuta;
- Sei que me Esqueces;
- O Violeiro.

Um comentário:

  1. Fico a imaginar, de longe amargurada sem seu amor de juventude! Estive no translado de seus restos mortais da Praça Fernando Amaro para o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá.

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