1 de fevereiro de 2022

Didi Caillet, A Musa dos Paranistas





Olá queridos amigos e amigas, no mês de dezembro de 2021, meu amigo do Facebook e Instagram, missólogo tão apaixonado quanto eu pelo mundo Miss, Giovane Becker, do Rio Grande do Sul, postou um texto sobre a Miss Paraná 1929, Didi Caillet, que reproduzo aqui no blog e nas minhas redes sociais.

As polêmicas e insatisfações com resultados dos concursos de Miss não são de hoje. em 1929 Olga Bergamini Sá foi eleita Miss Brasil. Uma grande parcela da população brasileira, principalmente os paranaenses, porém, nunca se conformaram com a segunda colocação de Marie Delfine Caillet, ou Didi Caillet, como era conhecida. Didi era linda, uma mulher a frente de seu tempo, e, durante o concurso Miss Brasil era chamada de Miss Inteligência por suas opiniões firmes e pertinentes sobre qualquer assunto. Didi, assim como nossa famosa Marta Rocha, não venceu, mas ficou famosíssima em sua época, escreveu poemas, gravou disco, foi capa das revistas mais famosas da época, foi chamada, dois anos depois para apresentar um evento em São Paulo com a participação de Manuel Bandeira, Menotte Del Pichia e Pagu. Anos mais tarde, Didi ainda virou livro e documentário.


"Você quer que eu te defina o que tem sido essa coisa de 'Miss Brasil' no Rio? Tome a palavra formidável. Some-lhe as palavras fantástico e indescritível. A soma resultante multiplique por mil. O produto eleve cem vezes ao cubo. Ao resultado final adicione as palavras assombro e delírio e terá assim você ideia do entusiasmo, da loucura, da embriaguez e da alucinação desta leal cidade, de São Sebastião do Rio de Janeiro, durante este mês frenético de 'Misses'. Não pense que haja apenas meia dúzia de fúteis e desocupados vociferando de delirante entusiasmo atrás dos automóveis das misses. Do cidadão Washington Luiz ao cidadão quitandeiro nos remotos confins de Santa Cruz e Realengo, todos gritam, todos berram, todos batem palmas, todos agridem as pequenas com a curiosidade impertinente, todos saltam sobre os automóveis. O Rio é positivamente um grande manicômio, cujo quartel general está na Praia Vermelha. O barulho que se tem feito aqui, por causa das 'misses', ultrapassa todo o ruído que a totalidade dos klaxons (marca registrada de buzina inglesa) do mundo poderiam fazer. É de enlouquecer. Das 7 horas da manhã às 2 ou 3 da madrugada, o Rio vive uma barulheira vulcânica. Bárbara. Indescritível. For-mi-dá-vel. (...)."

Jurandyr Manfredini

Gazeta do Povo, 27 de Abril de 1929.


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