12 de dezembro de 2012

Desafio Literário 2012 - Flor de Poemas

Olá meus queridos amigos e amigas, como estão todos vocês? Hoje posto a terceira resenha do Desafio Literário, com o tema Poesia. Gosto muito desse tema, acho que foi por isso que escolhi mais livros para esse mês. Dessa vez o livro escolhido foi da poetisa carioca Cecília Meireles, Flor de Poemas.


Tema: Poesia
Mês: Dezembro
Título: Flor de Poemas

Autor do livro: Cecília Meireles

Editora: Nova Fronteira
Nº de páginas: 301

 
Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi...
Nada, sorry.

O livro é sobre...
Uma coletânia de poesias selecionadas pelas herdeiras de Cecília Meireles.

Eu escolhi esse livro porque...
Foi minha terceira opção para o Desafio e porque gosto da poetisa.

A leitura foi...
Agradável.

O personagem que eu gostaria de xxxxx é xxxxxxx. Por quê? xxxxxx

O trecho do livro que merece destaque:

Elegia a uma Pequena Borboleta

“Como chegavas do casulo,
- inacabada seda viva! –

tuas antenas – fios soltos

da trama de que eras tecida,
e teus olhos, dois grãos da noite

de onde o teu mistério surgia,

Como caíste sobre o mundo
inábil, na manhã tão clara,

sem mãe, sem guia, sem conselho,

e rolavas por uma escada
como papel, penugem, poeira,

 com mais sonho e silêncio que asas,

Minha mão tosca te agarrou
com uma dura, inocente culpa,

e é cinza de lua teu corpo,
meus dedos, sua sepultura.

Já desfeita e ainda palpitante,

expiras sem noção nenhuma.

 
Ó bordado do véu do dia,
transparente anêmona aérea!

não leves meu rosto contigo:
leva o pranto que te celebra,

no olho precário em que te acabas,
meu remorso ajoelhado leva!

 
Choro a tua forma violada,
miraculosa, alva, divina,

criatura de pólen, de aragem,
diáfana pétala da vida!

Choro ter pesado em teu corpo
que no estame não pesaria.

 
Choro esta humana insuficiência:
- a confusão dos nossos olhos,

- o selvagem peso do gesto,
- cegueira – ignorância – remotos

instintos súbitos – violências
que o sonho e a graça prostram mortos.

 
Pudesse a etéreos paraísos
ascender teu leve fantasma,

e meu coração penitente
ser a rosa desabrochada

para servir-te mel e aroma,
por toda a eternidade escrava!

 
E as lágrimas que por ti choro
fossem o orvalho desses campos,

- os espelhos que refletissem
- vôo e silêncio – os teus encantos,

com a ternura humilde e o remorso
dos meus desacertos humanos”. – pág. 152-53  

 
A nota que eu dou para o livro:

4 – Gostei bastante

Sobre a autora: Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 07 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Desde cedo, dividiu sua vida entre duas paixões: o ensino e a poesia. Sem abdicar da educação primária, em que se especializou, deu aulas de literatura em universidades do Rio de Janeiro e no Texas.
Viajante incansável tinha apreço especial pela Índia e por Portugal – terra de seu primeiro marido, o pintor Fernando Correia Dias, com quem se casou aos 21 anos. Após o suicídio do pintor, em 1935, casou-se novamente, com o engenheiro Heitor da Silveira Grilo.

O amor pela educação das crianças levou Cecília a escrever Criança meu amor, em 1923, prosa poética que se tornou leitura obrigatória nas escolas primárias. O temperamento solitário e a tendência à introspecção fizeram com que ela recorre aos mesmos temas fundamentais: a transitoriedade da vida, o desamparo existencial e a ausência de sentido, que obriga cada homem a se reinventar. As influências de Rainer Maria Rilke, Cruz e Souza e Tagore, nesse aspecto são nítidas.

No fim da década de 1920, Cecília Meireles publicou em Portugal o ensaio O espírito vitorioso, em que fez uma defesa vigorosa do simbolismo e da supremacia do particular sobre os ideais coletivos. Suas crônicas sobre a educação defendem uma postura humanista, distante dos valores pragmáticos do século XX. Muitos a ligaram ao grupo dos neossimbolistas, que combateram com veemência o modernismo, redução, contudo, que não dá conta de sua poesia. Seu misticismo não se volta para o mundo, tampouco para os mistérios religiosos, mas a levam a uma região abstrata, rígida pela visão do silêncio e do nada.
Ela surpreendeu seus leitores quando, em 1953, publicou o Romanceiro da Inconfidência, poema épico em que relata a história de Minas desde a colonização até a Inconfidência Mineira, no século XVIII. Mesmo a temática política, porém, lhe serve de motivo para uma densa reflexão filosófica.
A poetisa Cecília Meireles faleceu no dia 09 de novembro de 1964, na sua cidade natal.

Princpais obras

Poesia
Criança meu amor, 1923
Viagem, 1939
Vaga música, 1942
Romananceiro da Inconfidência, 1953
Poemas escritos na Índia, 1953 (publicados em 1961)
Romance de Santa Cecília, 1957
Ou isto ou aquilo, 1964


Fonte da informação: 501 Grandes Escritores – pág. 622

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