Para
Virgínia Woolf, a literatura uma arte tanto na produção de seus escritores
quanto na leitura de seu público.
A bibliografia de Virgínia
Woolf reúne 15 obras aclamadas em todo o mundo. Duas delas – os dois volumes de
O Leitor Comum – reúnem reflexões da
escritora britânica sobre a arte da literatura, desde o processo criativo de
produção até o seu fim, nas mãos dos leitores. Nesses escritos, Virginia quis
fazer um elogio àqueles que leem sem obrigação, mas por prazer pessoal, um
hábito que deveria ser cultivado e homenageado.
Apesar de alegrar-se com a
recepção do público, Virgínia encontrava-se na produção de um livro o seu
próprio desfrute. Certa vez, afirmou que “escrever é o verdadeiro prazer”.
Filha de um editor inglês, ela sempre esteve envolvida no mundo da literatura.
Lia livro após livro, como uma forma de compensar a falta de formação acadêmica
tradicional. Aos 30 anos, em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem dirigiu
a Horgart Press. A editora do casal Woolf tinha como primeiro objetivo publicar
livros com poucas chances de serem aceitos por grandes editoras. Para Virgínia,
era ainda a possibilidade de escrever o que quisesse, sem que sua obra fosse
revisada por um editor homem.Essa liberdade foi fundamental para Virgínia, já que ela buscava produzir obras modernistas, que eram contrárias às tradições literárias – e também políticas e sociais – da Inglaterra da época, recém-saída da era vitoriana. Além disso, a escritora era feminista e deixava transparecer isso em seus livros.
O seu primeiro livro foi A Viagem (1915), considerado como uma de suas obras mais brilhantes e complexas. Até 1941, foram mais quatorze livros, que a tornaram respeitada no meio literário a ponto de ser comparada com o escritor francês Marcel Proust. Ela era chamada de “a Proust inglesa”.
Apesar do reconhecimento, Virgínia sofria de crises depressivas e, em março de 1941, aos 59 anos, suicidou-se. Antes de jogar-se no rio Ouse, com pedras nos bolsos do casaco, deixou um bilhete para seu marido. Falou sobre sua doença, sobre as vozes que ouvia e sobre a certeza que tinha que estava “ficando louca novamente”. Para a escritora, sua doença era um fardo e achava que ele viveria melhor sem sua presença. Ela ainda agradeceu o amor, o cuidado e a felicidade que o marido compartilhara com ela por tanto tempo, certa de que devia a ele toda a alegria que viveu. Woolf deixou inacabados inúmeros ensaios e o romance Entre os Atos, publicado apenas após sua morte.
A obra de Virgínia Woolf a tornou uma das maiores escritoras do século passado. Em 2002, sua vida e a obra Mrs. Dalloway foram temas do filme As Horas, com Nicole Kidman, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz pelo papel, representa algumas das crises depressivas e ideias suicidas de Virgínia. São várias histórias que mesclam a realidade com a ficção, descrevendo um pouco a personalidade da escritora.
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