e depois cursou Engenharia na
Escola Politécnica. Ainda estudante, começou a publicar seus textos em
pequenos jornais e revistas estudantis.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881, era mestiço, filho de João Henriques de Lima Barreto, tipógrafo e
de Amália Augusta, professora, que morreu quando ele tinha apenas sete anos.
Estudou no Colégio Pedro II. Com o agravamento do
estado de saúde de seu pai, que sofria de problemas mentais, abandonou a
faculdade e passou a trabalhar na Secretaria de Guerra, ocupando um
cargo burocrático. Grande cronista de costumes do Rio de Janeiro, Lima
Barreto passou a colaborar para diversas revistas literárias, como Careta, Fon-Fon e O Malho. Seu primeiro romance, Recordações do Escrivão Isaías Caminha, foi parcialmente publicado em
1907, na Revista Floreal, que ele mesmo havia fundado. Dois anos depois,
o romance foi editado pela Livraria Clássica Editora. Em 1911, Lima
Barreto publicou um de seus melhores romances, Triste Fim de Policarpo
Quaresma, e em 1915, a sátira política Numa e a Ninfa. Lima
Barreto militou na imprensa, durante este período, lutando contra as
injustiças sociais e os preconceitos de raça, de que ele próprio era
vítima. Em 1914 passou dois meses internado no Hospício Nacional, para
tratamento do alcoolismo. Neste mesmo ano foi aposentado do serviço
público por um decreto presidencial. Em 1919 o escritor foi
internado novamente num sanatório. As experiências deste período foram
narradas pelo próprio Lima Barreto no livro Cemitério dos Vivos. Nesse
mesmo ano publicou a sátira Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá,
inspirada no Barão do Rio Branco, e ambientada no Rio de Janeiro. Lima Barreto candidatou-se em duas ocasiões à Academia Brasileira de
Letras. Não obteve a vaga, mas chegou a receber uma menção honrosa. Em
1922 o estado de saúde de Lima Barreto deteriorou-se rapidamente,
culminando com um ataque cardíaco, vindo a falecer em 1º de novembro, aos 41 anos de idade,
deixando uma obra de dezessete volumes, entre contos, crônicas e
ensaios, além de crítica literária, memórias e uma vasta
correspondência. Grande parte de seus escritos foi publicada
postumamente.
Obras:
- Recordações do Escrivão Isaías Caminha, 1909;
- Triste Fim de Policarpo Quaresma, 1911;
- As Aventuras do Dr. Bogoloff, 1912;
- Numa e a Ninfa, 1915;
- Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, 1919;
- Histórias e Sonhos, 1920;
- Os Bruzundangas, 1923;
- Bagatelas, 1923;
- Clara dos Anjos, 1948 (póstumo);
- Diário Íntimo, 1953;
- Feiras e Mafuás, 1953;
- Marginália, 1953;
- Vida Urbana, 1953;
- Cemitério dos Vivos, 1956 (póstumo e inacabado);
- Coisas do Reino de Jambom, 1956;
- Impressões de Leitura, 1956;
- Correspondência (2 volumes), 1956;
- O Subterrâneo do Morro do Castelo (originalmente publicado como folhetim no Correio da Manhã em 1905);
- Sátiras e outras subversões: textos inéditos. Organização de Felipe Botelho Corrêa
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