Ainda sob a repercussão da vitória de Ieda Maria Vargas no Miss Universo 1963, o Miss Brasil 1964 foi um dos mais disputados. Ângela Teresa Pereira Reis Neto Vasconcelos, de 19 anos, que havia nascido no Rio de Janeiro, mas que morava no Paraná, tornou-se a primeira Miss Brasil a conquistar o título para o Estado. Cabelos castanhos, belos olhos verdes, 1,75 de altura (a mais alta Miss Brasil até então), 92-59-93, Ângela Vasconcelos, inspirada numa fotografia de Ieda Maria Vargas que a emocionou quando vivia na Alemanha, entrou no concurso para "quebrar a monotonia da vida", e "até ganhar um automóvel". Sem dúvida, essa era uma perspectiva interessante para uma jovem que cujo escritor preferido era Sartre e que lia Goethe no original. Desde a sua chegada no Rio de Janeiro, a previsão era de que o título estaria entre Ângela e Vera Lúcia Couto dos Santos, a bela mulata representante da Guanabara, nome que faria história nos concursos de beleza. Como assinala a reportagem da revista Manchete, de 18 de julho de 1964, o público manifestou ruidosamente a sua preferência gritando, em ritmo compassado 'gua-ra-ná'! Ou seja, os primeiros lugares para as Misses Guanabara e Paraná. No desfile de maiô, o público teria começado a pender para a Miss Paraná. O país parou para comentar o penteado da nova Miss Brasil que acabou virando moda. Muitos afirmaram que seu penteado foi o motivo de ter sido apenas semifinalista no Miss Universo em Miami, vencido pela Miss Grécia, Corina Tsopei. Vera Lúcia Couto dos Santos, Miss Guanabara, foi a segunda colocada e obteve o terceiro lugar no Miss Beleza Internacional. A terceira colocada, Maria Isabel Avelar Elias, Miss Sergipe, obteve o quarto lugar no Miss Mundo.
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