5 de julho de 2012

Os Truques de Adalgisa Colombo para Vencer o Miss Distrito Federal em 1958

Primeiro truque: As pernas que brilham
O maquiador oficial do concurso enchia de pancake (produto que fixa bem na pele, fecha os poros e impede a transpiração excessiva) as pernas de todas as candidatas, para esconder imperfeições – lembra Adalgisa. – Aquilo dava um tom horrível à pele, morto. Deixei que o maquiador fizesse o trabalho, mas antes de desfilar fui ao banheiro e tirei tudo. No lugar coloquei óleo Johnson. Deu brilho, sensualidade, um aspecto mais saudável e atraente.
Segundo truque: O maiô cavado
- Para que as pernas ficassem mais compridas ainda – continua Adalgisa – dei uma cavadinha no saiotezinho do maiô. Não era uma peça inteiriça, como os de hoje. Vinha com um meio saiote para não deixar muito definido o desenho do sexo da mulher. Com a cavada, a sexualidade também ficou mais evidente e agressiva.
Terceiro truque: Pescoço nu
 - As misses adoravam o cabelão nos ombros porque dava um clima mais romântico. Eu desfilei do coque. Era a maneira de valorizar o pescoço, uma parte muito sensual do corpo, e também os ombros. Tenho os ombros retos, sem as omoplatas saltadas, o que é o mais comum, e todo mundo elogia. Com o cabelo preso, todo esse conjunto ficou mais valorizado.
Quarto truque: A sedução da voz
- Um dos momentos mais tensos do desfile é quando a candidata vai ao microfone. Desde o ano anterior eu já estava trabalhando no Rádio Globo, com um programa de entrevistas, que era uma maneira de me preparar para o concurso. Me sai bem no teste de microfone, embora tenha sido um pouco agressiva no discurso. Disse que cada um devia se comportar do jeito que a educação lhe recomendasse.
Quinto truque: Olha o jeito dela andar
- Pela primeira vez o concurso tinha uma diretora de desfile, a Maria Augusta, da Socila, uma casa de cursos de etiqueta que estava começando naquele ano. Só que eu era uma profissional de desfile, desfilava no estilo francês, e a Maria Augusta tinha inventado umas coisas muito estranhas para misses. Umas rodadinhas, uns pivôs, que faziam a arquibancada vibrar, mas muito cafonas. Me recusei a fazer as marcações dela. Desfilei como se estivesse no Canadá.
(Colombo descobre o Brasil – pág. 61. In: Feliz 1958: O ano que não devia terminar, Joaquim Ferreira dos Santos, Editora Record, Rio de Janeiro,1997).

5 comentários:

  1. Relíquias preciosas como estas valorizam as informações que temos do mundo Miss. Sobre Adalgiza é sempre um brinde a todos nós, sinto que não tenha constado os depoimentos da forma como se dirigiu ao pessoal dos EUA, creio eu um dos motivos de não ter recibido a coroa naquele ano, cabendo a simples Miss Colômbia.

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  2. Veroca acertando o alvo com a deslumbrante Adalgisa Colombo, Miss Brasil 1958, sempre pronta para mostrar a sua beleza e desafiar os americanos sem medo. Adalgisa muito batalhou por esse título, mas infelizmente foi flexada por um grande amor, chegando a desafiar os jurados de Long Beach, aborrecendo-os, culminando com a sua derrota para a Miss Colômbia que não entrava na lista do grande público e jornalistas como favorita.
    Abraços.

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  3. J. Botafogo, quando vi que no livro tinha um capítulo falando sobre a eleição de Adalgisa Colombo logo pensei que daria uma bela postagem aqui no blog. Dito e feito, não estava errada.
    Obrigada por sempre visitar o blog querido.

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  4. Olá Vera Lúcia!

    Apenas acrescentando o que o J. Botafogo e você já disseram. Os truques feitos pela Adalgisa é uma prova inconteste de que ela estava anos luzes à frente de suas competidoras, e incluo aí a minha conterrânea Sônia Maria Campos,vice-miss Brasil. Adalgisa, apesar da pouca idade, já era uma mulher emancipada, pois já morava só, sem a tutela da família.Tinha vida própria. Um forte abraço.

    Muciolo Ferreira - do Recife

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  5. Obrigada Mucíolo pelo seu comentário.
    Ótima semana.

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