Moby Dick costuma ser citado como o "grande romance americano", o ponto alto da imaginação literária do século XIX. Uma criação imensa, monstruosa, mas refinada, o romance continua aturdindo, cativando (e muitas vezes derrotando) gerações de leitores em todo o mundo. Narrado por Ishmael, um professor de Massachusetts que trocou sua vida antiga pela emoção do alto-mar, o romance relata a longa viagem marítima do Pequod, um baleeiro comandado pelo demoníaco capitão Ahab. Ele está à caça da baleia branca que o privou de uma das pernas. Qualquer outra preocupação (até mesmo com a segurança da tripulação) se torna secundária diante de sua obsessão.
Qualquer resumo simples da trama seria injusto para com a amplidão e a complexidade do romance. Quase se percebe a luta do livro consigo mesmo - equilibrando os impulsos de avançar a narrativa, por um lado, e se deter, explorar e filosofar por outro. Moby Dick é um oceano turbulento de ideias, uma das grandes meditações sobre a forma e o status dos Estados Unidos - sobre democracia, liderança, poder, sociedade industrial, mão de obra, expansão e natureza. O Pequod e sua tripulação diversificada se tornam um microcosmo da sociedade americana. Esse romance revolucionário se inspirou num sem-número de estilos e tradições literários, alternando com facilidade diferentes corpos de conhecimentos. Simplesmente ninguém na literatura americana havia escrito antes com tanta intensidade e ambição. Em Moby Dick estão metafísica abstrusa, notas sobre detalhes técnicos da dissecação do prepúcio de uma baleia e passagens fascinantes de dramalhão melodramático.
Moby Dick é uma elegia, uma crítica política, uma inciclopédia e uma grande aventura. Ler o romance constitui uma experiência tão assombrosa e exaustiva quanto a viagem narrada.
Herman Melville: "Um baleeiro foi minha Universidade de Yale e minha Harvard".
Informações retirada do livro 1001 Livros para ler antes de morrer, de Peter Boxall. Editora Sextante, 2010 - pág. 130
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