8 de agosto de 2016

Aracelli, Meu Amor - José Louzeiro

Olá meus queridos amigos e amigas, como vão todos vocês? Já faz algum tempinho que não posto nada sobre minhas leituras, mas hoje estou aqui para fazer a resenha de um livro chocante, que conheço desde a minha adolescência, mas que só agora tive coragem de ler. Vocês já viram ou ouviram falar no assassinato da menina Aracelli Cabrera Sanches Crespo, de oito anos, moradora de Vitória, no Espírito Santo, em maio de 1973? Pois é, bem no ano que nasci. E como aconteceram casos hediondos como o de Aracelli nesse ano de 73. O menino que ficou conhecido como Carlinhos, desapareceu nesta mesma época; em dezembro, a menina Ana Lídia, de Brasília, teve morte parecida com a menina de Vitória, aos sete anos de idade, por pessoas influentes da região. Todos eles tiveram uma vasta repercussão pela mídia, mas nenhum desses casos teve uma solução. Bem, mas voltando ao livro, Aracelli, meu amor, é uma narrativa de cunho jornalístico-investigativo, escrito por José Louzeiro, autor de outros livros tão famosos quanto esse.

 Título: Aracelli, meu amor
Autor do livro: José Luzeiro
Editora: Prumo
Nº de páginas: 232

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi...
Nada.

O livro é sobre...
O assassinato da menina Aracelli Cabrera, de oito anos, em 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo, onde morava.
  
Eu escolhi esse livro porque...
Sempre quis ler, mas não tinha coragem por ser uma história verídica, com fatos que deixaram sequelas...

A leitura foi...
Chocante.

Aracelli Cabrera Sanches Crespo, 8 anos, violentada e morta no dia 18 de maio de 1973. Crime até hoje sem solução. Vinte e sete anos depois, Aracelli virou símbolo de uma causa - a data de sua morte foi transformada no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, pelo Congresso Nacional. 

O trecho do livro que merece destaque:
“Aracelli Cabrera Crespo sai do Colégio São Pedro, na praia do Suá, vai para o ponto de ônibus, na esquina do Bar Resende, cadeiras de madeira pintadas de branco na calçada, uma banca de jornais em frente. É uma garota de oito anos, muito desenvolvida para a pouca idade, olhos negros e vivos, bonita na farda de saia azul, blusa azul mais claro, as iniciais SP bordadas no bolso esquerdo. Ainda não são 17 horas. Chegam outras pessoas, ficam olhando jornais e revistas. Aracelli senta-se numa cadeira, põe a pasta sobre a mesa, brinca com o gato que sempre encontra por ali, silencioso e ágil.” – pág. 11.

“No mato alto, alguns frutos silvestres, os pássaros ocupados em belisca-los, o pequeno Ronaldo Monjardim caminhando com suavidade de sombra por entre a galharia, olhos perscrutando as copas, atiradeira pronta para o disparo. Junto da árvore maior e da pedra, descendo a encosta, para os lados onde se estendiam ramadas de melão-de-são-caetano, a concentração de coleiros. Os olhos de Monjardim brilham de satisfação. É a oportunidade que vem buscando há horas. Desce vagarosamente a ribanceira, raspa-se na pedra com tufos de parasitas, pássaros voam assustados, olha ao redor, na fenda da rocha o corpo da menina, rosto desfigurado, o ar se enchendo do mau cheiro que exalava.” pág. 20

 A nota que eu dou para o livro:
3 – Gostei muito

Sobre o autor: José Louzeiro nasceu em setembro de 1932, em São Luís, no Maranhão. Aos 16 anos iniciou-se na carreira jornalística como “aprendiz” de revisor gráfico no jornal O Imparcial. Em janeiro de 1954 transferiu-se para o Rio de Janeiro, inicialmente trabalhou na Revista da Semana, Manchete, Diário Carioca, Última Hora e Correio da Manhã. Em São Paulo, trabalhou na Folha de S. Paulo e no Diário do Grande ABC. Foi repórter de polícia durante mais de 20 anos. Sua estreia na literatura se deu em 1958 com o livro de contos Depois da luta. Seus livros mais conhecidos são Infância dos mortos, utilizado como argumento para o filme Pixote; Lúcio Flávio: o passageiro da agonia; Aracelli, meu amor; Em carne viva, lembrando o drama de Zuzu Angel e de seu filho Stuart Angel, morto na tortura, na década de 1960. Em outubro de 1977 lançou a biografia Elza Soares: cantando par não enlouquecer.

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