21 de novembro de 2018

10 Livros de Escritores Negros

Olá meus queridos amigos e amigas, tudo bem com vocês? Ontem foi o Dia da Consciência Negra e hoje vamos conhecer alguns livros de escritores negros. Mas, antes, vamos ver o que significa essa data.
O dia da Consciência Negra faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo de Palmares, que lutou para preservar o modo de vida dos africanos escravizados que conseguiam fugir da escravidão. Popularmente chamado de Zumbi dos Palmares, ele foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, localizado no atual estado de Alagoas, durante o período colonial. Filho de africanos escravizados e nascido nesse quilombo, Zumbi foi educado por um sacerdote e depois retornou ao seu local de nascimento. Ali, lutou para o que o quilombo não fosse destruído pelos colonizadores que consideravam um perigo aquela reunião de negros libertos. Em 1695, com 40 anos, Zumbi foi assassinado pelo capitão Furtado de Mendonça, a mando de Domingos Jorge Velho. Foi decapitado e sua cabeça levada para Recife onde ficou exposta em praça pública.

Protagonista e narradora de Hibisco Roxo, a adolescente Kambilli mostra como a religiosidade extremamente "branca" e católica do seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família . O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambilli acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambilli e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.
Este conto épico abrange 40 anos na vida de Celie, uma mulher afro-americana que mora no Sul e que sobreviveu ao abuso e intolerância de seu pai. Depois que seu pai a casa com o degradante Sr. Albert Johnson, as coisas vão de mal a pior. Celie procura encontrar companhia em qualquer lugar que pode. Perseverante, ela mantém o sonho de um dia reencontrar sua irmã na África.
Um dos romances fundadores da moderna literatura nigeriana, o livro foi publicado originalmente em 1958, dois anos antes da Independência da Nigéria. Seu autor, Chinua Achebe, é um dos maiores escritores africanos da atualidade. A história se passa em Umuófia, a aldeia mais temida da Ibolâmdia, terra do povo ibo, e o personagem principal é o bravo lutador Okonkwo, um dos respeitáveis patriarcas da comunidade. Mas seu mundo de repente, começa a ruir.
Uma das principais vozes da literatura africana contemporânea e frequentemente cotado para receber o Prêmio Nobel de Literatura, Ngugi wa Thiong'o revisita sua infância em Sonhos em tempo de guerra, primeiro volume se suas memórias. O escritor nasceu em 1938, em uma região rural do Quênia, durante a ocupação britânica. Seu pai era polígamo e a família, formada por quatro esposas e 24 filhos, era uma comunidade que experimentava as diversas mudanças provocadas pelo colonialismo. Thiong'o mistura brincadeiras infantis e reflexões sobre o cenário político, como o hábito de contar histórias nas cabanas das mulheres de seu pai, a curiosidade de ouvir a experiência de um irmão que participou da Segunda Guerra Mundial, as brincadeiras com os filhos de donos de terra, e como essas relações mudam quando Thiong'o e seus irmãos passam a trabalhar nos campos.
Úrsula, pode ser considerado o primeiro romance de autoria negra e feminina no Brasil, além de ser o primeiro de cunho antiescravista, foi publicado 1859 na cidade de São Luís. É, também, o romance inaugural da chamada literatura afro-brasileira - entendida, aqui, como a produção literária afrodescendente que tematiza a negritude a partir de uma perspectiva própria. Organizado em vinte capítulos, pode ser dividido em quatro momentos distintos. Mas é na quarta parte, que se nota a riqueza do romance de cunho antiescravista, através de uma solidariedade particular de Maria Firmina  dos Reis para com os oprimidos, em especial as mulheres e os africanos e afrodescendentes escravizados.
O livro conta a história de um motorista de táxi e de sua fulgurante carreira como traficante de maconha. Amuyaakar Ndooy e seus quatro amigos são inseparáveis, e passam a maior parte de seu tempo fumando yamba (maconha), bebendo e filosofando sobre a vida. Depois de uma gigantesca operação policial antidroga, a yamba vira produto escasso e Amuyakar resolve se tornar sipikat (traficante de maconha), uma escolha que o levará para um caminho cheio de perigo e obstáculos de todos os tipos e que acabará mudando para sempre o destino dos cinco amigos.
Em Clara dos Anjos relata-se a história de uma pobre mulata, filha de um carteiro de subúrbio, que apesar das cautelas excessivas da família, é iludida, seduzida e, como tantas outras, desprezada, enfim, por um rapaz de condição social menos humilde do que a sua. É um a história onde se tenta pintar em cores ásperas o drama de tantas outras moças da mesma core do mesmo ambiente. O romancista procurou fazer de sua personagem uma figura apagada, de natureza "amorfa e pastosa", como se nela quisesse resumir a fatalidade que persegue tantas criaturas de sua casta: "A priori", diz, "estão condenados, e tudo e todos parecem condenar os seus esforços e os dos seus para elevar a sua condição moral e social". É claro que os traços singulares, capazes de formar um verdadeiro caráter romanesco, dando-lhe relevo próprio e nitidez hão de esbater-se aqui para melhor se ajustarem à regra genérica. E Clara dos Anjos torna-se, assim, menos uma personagem do que um argumento vivo e um elemento para a denúncia".
Nascida em Gana e criada nos Estados Unidos, a jovem Yaa Gyasi tornou-se um dos nomes mais comentados na cena literária norte-americana em 2016. Seu romance de estreia, O Caminho de Casa, recebeu resenhas estreladas dos mais importantes jornais e revistas do país, alcançou a disputada lista dos mais vendidos do The New York Times e foi incluído na prestigiosa lista dos 100 livros notáveis do ano do mesmo jornal. Com uma narrativa poderosa e envolvente que começa no século XVIII, numa tribo africana, e vai até os Estados Unidos dos dias de hoje, Yaa mostra as consequências do comércio de escravos dos dois lados do Atlântico ao acompanhar a trajetória de duas meias-irmãs desconhecidas uma da outra, e das gerações seguintes dessa linhagem separada pela escravidão.
Este romance foi escrito em memória de Stefania, a mãe da escritora, assassinada pelos hutus, durante a guerra civil de Ruanda. As lembranças de um paraíso perdido, onde Stefania era uma senhora alegre e casamenteira, que dava conselhos à moças em torno do amor e da vida matrimonial, se mesclam a imagens terríveis, como o medo constante e busca de esconderijos seguros para salvar seus filhos do extermínio.
A antologia Insubmissas Lágrimas de Mulheres é composta por 13 contos, cujas histórias têm como protagonistas mulheres negras. De dentro da cena, vozes-mulheres explicitam suas dores, anseios, temores, mas, antes e tudo revelam a imensa capacidade de se retirem do lugar do sofrimento e inventarem modos de resistência. Uma íntima fusão entre as personagens, a voz ficcional de quem apresenta essas personagens e a autora, marca o processo criativo dos textos e afirma o projeto literário de Conceição Evaristo, o de traçar uma escrevivência.

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