24 de abril de 2017

Matar para não Morrer - Mary Del Priore

Olá meus amigos e amigas, tudo bem com vocês? Como já é de praxe, hoje termos resenha,  e desta vez escolhi um livro brasileiro. O título é Matara para não Morrer, da Mary Del Priore. Ainda não havia lido nenhum livro dela, mas já tinha ouvido falar muito bem de seus livros, tanto, que já tenho alguns na minha lista para ler. A história do livro aconteceu de fato, é sobre a morte do escritor Euclides da Cunha pelo militar Dilermando de Assis, em 1909. Só fui ter conhecimento dessa história em 1990, quando a Globo apresentou a minissérie "Desejo", com a atriz Vera Fischer no papel de Anna Emília (dona Saninha, esposa de Euclides da Cunha) e os atores Tarcísio Meira, como o escritor Euclides da Cunha e Guilherme Fontes no papel de Dilermando de Assis. No livro, a autora conta a versão de Dilermando, desde a sua infância, passando pelas perdas do pai e logo em seguida a mãe, até o dia em que se deu a fatalidade no bairro de Piedade, no Rio de Janeiro. Eu gostei muito do livro e estava curiosa para ler.



Título: Matar para não Morrer – A Morte de Euclides da Cunha e a Noite sem Fim de Dilermando de Assis

Autor do livro: Mary Del Priore

Editora: Objetiva

Nº de páginas: 173

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi...
Nada relevante.

Os verdadeiros Euclides da Cunha, Anna Emília da Cunha (posteriormente Assis) e Dilermando de Assis

O livro é sobre...
O assassinato do escritor Euclides da Cunha pelo militar Dilermando de Assis.

Eu escolhi esse livro porque...
Faz parte do desafio pessoal TBR Book Jar.


Tarcísio Meira (Euclides da Cunha), Vera Fischer (Saninha) e Guilherme Fontes (Dilermando de Assis) na minissérie Desejo em 1990.

A leitura foi...
Instigante.

O trecho do livro que merece destaque:

“O pior, para uma mulher, é não casar. O celibato feminino é uma fábrica ativíssima de monstros. A mulher é um ser profundamente afetivo. Nasceu para amar – seja a um homem, a um santo ou a um gato. Muitas, vítimas de namoro malogrados, refugiam-se no seio acolhedor da Igreja. São milhares e milhares  de devotas místicas, exaltadas no sentimento religioso, que encontram aos pés da Cruz um consolo para sua felicidade perdida. Outras dedicam-se ao professorado – e infernizam a alma terna dos crianças (devia ser proibida a existência de professoras solteiras!). Como não casaram, descarregam nos petizes todo o fel acumulado em longos anos de renúncia. Outras, por fim, dedicam-se a falar da vida alheia , a intrigar, a pôr veneno na vida dos conhecidos, a começara pelos parentes, admoestava o jornalista Berilo Neves na Revista da Semana.” – pág. 10.

“Os crimes de adultério eram justificados na mentalidade popular em nome da defesa da honra. O Correio da Manhã, comentando um crime, condenava a mulher adúltera que ‘desceu de seu posto de mulher-esposa, tornando-se mulher-prostituta’. O crime, justificava o articulista, deveu-se ao ‘desvario’ do marido desafrontado em sua honra viril. Havia quem matasse até por ‘desconfiar da fidelidade’ da esposa.  Não só desamor no casamento levava a abusos e agressões. A ameaça da quebra da supremacia do poder masculino era fator corriqueiro de desentendimento. O marido reagia ao ver os valores tradicionais abalados.” – pág. 23.

A nota que eu dou para o livro:
3 - Gostei bastante
 

Sobre a autora: Mary Del Priore escreveu mais de vinte livros sobre a História do Brasil, entre eles História das Mulheres no Brasil e História da Vida Privada. Historiadora com pós-doutorado na França e sócia honorária do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, foi duas vezes vencedora do Prêmio Casa-Grande & Senzala. Ganhou ainda o Jabuti na categoria Ciências Humano, com História das Mulheres no Brasil. Lançou pela Objetiva Condessa de Barral e o Príncipe Maldito, ganhador do prêmio de melhor livro de não ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Esse livro foi para o desafio:



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