12 de abril de 2017

Misses que não Precisaram de Cotas

No tempo em que não havia cotas para as negras nos concursos de miss, tudo era diferente, porque o que prevalecia mesmo era a beleza da candidata e não a cor de sua pele. Foi quando o Clube Renascença do Rio de Janeiro descobriu e lançou as mais belas mulatas que apareceram nas passarelas disputando o título de Miss Guanabara atual Rio de Janeiro). Dirce Machado foi a pioneira do modesto clube fundado por profissionais liberais e intelectuais negros situados no Andaraí, subúrbio da zona norte, 1960. Depois vieram outras que marcaram época e fama como Aizita Nascimento (1963), Elizabete Santos (1966). Aizita revolucionou, porque no dia de sua eleição, o Maracanãzinho quase veio abaixo com os gritos das mais de 25 mil pessoas dizendo: "Queremos a mulata". Acabou em 6º lugar. Muito pouco. Já Elizabete Santos ficou em 3º lugar e só não levou o título porque surgiu no seu caminho as gêmeas Elizabeth e Ana Cristina Ridzi, louras de arrasar quarteirão. Ana Cristina seria a representante do Brasil no Miss Universo. Todavia foi em 1964 que uma negra se destacou nas passarelas e até hoje é lembrada. Nos referimos a Vera Lúcia Couto dos Santos, eleita Miss Guanabara, segunda colocada no Miss Brasil e terceiro lugar no Miss Beleza Internacional, realizado em Long Beach, Califórnia. Verinha até hoje tem seu nome cantado durante o Carnaval por foliões de todas as idades quando nas ruas e clubes a multidão repete o refrão da marchinha Mulata Bossa Nova, composta por João Roberto Kelly. Sem precisar de cotas. Porque o politicamente correto é tudo que não é imposto, mas conquistado.

Texto: Mucíolo Ferreira
Fonte: Blog Fernando Machado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...