Título:
Aracelli, meu amor
Autor do livro: José Luzeiro
Editora: Prumo
Nº de páginas: 232
Autor do livro: José Luzeiro
Editora: Prumo
Nº de páginas: 232
Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha
atenção foi...
Nada.
O livro é sobre...
O assassinato da menina Aracelli
Cabrera, de oito anos, em 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo,
onde morava.
Eu escolhi esse livro porque...
Sempre quis ler, mas não
tinha coragem por ser uma história verídica, com fatos que deixaram sequelas...
A leitura foi...
Chocante.
Aracelli Cabrera Sanches Crespo, 8 anos, violentada e morta no dia 18 de maio de 1973. Crime até hoje sem solução. Vinte e sete anos depois, Aracelli virou símbolo de uma causa - a data de sua morte foi transformada no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, pelo Congresso Nacional.
O trecho do livro que merece destaque:
“Aracelli Cabrera Crespo sai do Colégio São Pedro,
na praia do Suá, vai para o ponto de ônibus, na esquina do Bar Resende,
cadeiras de madeira pintadas de branco na calçada, uma banca de jornais em
frente. É uma garota de oito anos, muito desenvolvida para a pouca idade, olhos
negros e vivos, bonita na farda de saia azul, blusa azul mais claro, as
iniciais SP bordadas no bolso esquerdo. Ainda não são 17 horas. Chegam outras
pessoas, ficam olhando jornais e revistas. Aracelli senta-se numa cadeira, põe
a pasta sobre a mesa, brinca com o gato que sempre encontra por ali, silencioso
e ágil.” – pág. 11.
“No mato alto, alguns frutos silvestres, os pássaros
ocupados em belisca-los, o pequeno Ronaldo Monjardim caminhando com suavidade
de sombra por entre a galharia, olhos perscrutando as copas, atiradeira pronta
para o disparo. Junto da árvore maior e da pedra, descendo a encosta, para os
lados onde se estendiam ramadas de melão-de-são-caetano, a concentração de
coleiros. Os olhos de Monjardim brilham de satisfação. É a oportunidade que vem
buscando há horas. Desce vagarosamente a ribanceira, raspa-se na pedra com
tufos de parasitas, pássaros voam assustados, olha ao redor, na fenda da rocha
o corpo da menina, rosto desfigurado, o ar se enchendo do mau cheiro que
exalava.” pág. 20
A nota que eu dou para o
livro:
3 – Gostei muito
Sobre o autor: José
Louzeiro nasceu em setembro de 1932, em São Luís, no Maranhão. Aos 16 anos
iniciou-se na carreira jornalística como “aprendiz” de revisor gráfico no
jornal O Imparcial. Em janeiro de
1954 transferiu-se para o Rio de Janeiro, inicialmente trabalhou na Revista da Semana, Manchete, Diário Carioca,
Última Hora e Correio da Manhã. Em São Paulo, trabalhou na Folha de S. Paulo e no Diário
do Grande ABC. Foi repórter de polícia durante mais de 20 anos. Sua estreia
na literatura se deu em 1958 com o livro de contos Depois da luta. Seus livros
mais conhecidos são Infância dos mortos,
utilizado como argumento para o filme Pixote;
Lúcio Flávio: o passageiro da agonia;
Aracelli, meu amor; Em carne viva, lembrando o drama de Zuzu
Angel e de seu filho Stuart Angel, morto na tortura, na década de 1960. Em
outubro de 1977 lançou a biografia Elza
Soares: cantando par não enlouquecer.
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